Meia se torna homem de confiança de Ceni no time e supera receios da torcida

O meia Igor Gomes foi titular em 20 dos 26 jogos do São Paulo na temporada, 17 deles como titular. Nas últimas dez partidas da equipe, atuou os 90 minutos em oito e só não foi relacionado em uma, poupado.
São números que contrastam com as críticas que ele se acostumou a ouvir de torcedores, a quem ainda não convenceu completamente – ao contrário do técnico Rogério Ceni.
Em uma função diferente no time, em que faz o “trabalho sujo”, como Ceni já classificou, Igor Gomes tem sido uma peça importante para o São Paulo.
– Trabalho sujo é fazer mais que um papel. Você abdica da sua característica. Dentro do jogo eu participo de várias posições, muitas vezes na beirada, às vezes de primeiro volante, de 10, pela direita, pela esquerda – explicou ele após a vitória por 2 a 1 sobre o Santos.
– Essa versatilidade requer concentração muito grande. É difícil virar essa chave tantas vezes num jogo só. Ele (Ceni) fala que eu tenho gás para fazer isso e atacar. É extremamente desgastante, não é sempre que vou conseguir.
O meia, formado em Cotia, disse que prefere atuar na sua função original, de meia, mas que cumpre as ordens do treinador.
– Eu prefiro jogar. Ele viu esse potencial em mim, ele perguntou se eu faria. Eu falei: “Professor, se é isso que você quer que eu faça, eu faço da melhor maneira”. Ele me passa a segurança, me deu tarefas. A minha preferência é jogar na minha posição, mas eu sou funcionário. Eu tenho chefe, ele fala, eu tenho que fazer.
Em alta com o treinador, Igor Gomes diz que as críticas o incomodam, mas não fazem com que ele mude seu comportamento.
– Não é fácil lidar com isso, mas meu foco é no dia a dia e sei o que posso render, o papel que faço hoje. Estou seguro. Torcedor está aqui para bater palma e vaiar. Se eles vão me elogiar ou criticar, não cabe a mim. É ruim conviver com isso, mas o que não mata fortalece – afirmou.
– Sei que tenho carinho de grande parte da torcida, tem minoria que às vezes não entende, alguma falta de empatia comigo, não tenho nada contra. Eu durmo tranquilo. Jogar em time grande é assim, estou acostumado, me afeta muito pouco. Pode falar, a minha resposta vai ser dentro de campo sempre.
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