Com 34 jogos e apenas dois gols marcados, o atacante Gonzalo Carneiro deixará de ser jogador do São Paulo nesta quarta-feira, quando termina o contrato dele com o clube. Ele já não treina no CT da Barra Funda desde o início do mês.
Contratado em abril de 2018, o jogador chegou ao Morumbi com o carimbo de Lugano, que foi quem respaldou o jogador ao ex-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e com o rótulo de promessa do futebol uruguaio.
No São Paulo, o jogador decepcionou. Introvertido, não conseguiu muitas oportunidades entre os titulares. Em sua primeira temporada, fez 15 partidas e só um gol, contra o Botafogo, no Brasileiro.
No ano seguinte, testou positivo e foi suspenso por uso de cocaína. Ele foi flagrado no antidoping depois de um clássico contra o Palmeiras, no Paulista.
Sete meses depois, foi julgado pelo TJD-AD (Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem) e punido com pena de 24 meses.
Após cumprir os primeiros 12 meses, teve a punição diminuída pela metade por cumprir acordos de tratamentos. Ele ficou livre da suspensão durante a paralisação do futebol por causa da pandemia de Covid-19 e foi reintegrado ao elenco por Fernando Diniz quando os treinos foram retomados.
Mesmo assim, teve poucas oportunidades. Foram 10 jogos, só dois como titular – ambos quando o interino Marcos Vizolli estava no comando.
Foi titular contra o Grêmio, quando foi elogiado, e ganhou nova chance em clássico contra o Palmeiras, na rodada seguinte, mas se machucou no início da partida, deixou o campo e não jogou mais pelo São Paulo.
– Ele tem um problema muito grande de ser introvertido. Não fala com treinador, imprensa, diretor, só com companheiros. Tem uma condição física diferenciada, mas sinceramente, já falei pra ele, não correspondeu nem 1% da expectativa que tem no Uruguai nele. Com potencial que tem, seria o substituto natural de Cavani e Suarez (na seleção) – disse Lugano em entrevista ao ge no começo de março.
– A vida extracampo obviamente atrapalha muito tantos jogadores da história do futebol, nesse caso Gonzalo teve um problema sério. Tomara que supere aquele momento como pessoa, aquela depressão que sofreu, e que algum dia entenda o potencial físico pra poder atingir no futebol o que realmente pode atingir – completou o ex-zagueiro.
GLOBO ESPORTE