O São Paulo já tem um acordo verbal com Hernán Crespo e ajusta os últimos detalhes para anunciar o argentino como novo técnico do Tricolor, para o lugar do demitido Fernando Diniz.
A expectativa é por um contrato de dois anos, com uma comissão técnica de seis profissionais: além de Crespo, o auxiliar Juan Branda, o preparador de goleiros Gustavo Nepote, os preparadores físicos Alejandro Kohan (elogiado nos bastidores do clube) e Gustavo Satto, além do analista Tobías Kohan.
A diretoria escolheu o argentino após conversar com uma dezena de candidatos por entender que ele é capaz de liderar uma transformação no São Paulo e trazer um espírito mais competitivo ao time.
Dentro de campo, o São Paulo vê em Crespo a possibilidade de aproveitar parte do processo iniciado com Fernando Diniz. A ideia não era recomeçar do zero com o novo treinador.
Por isso, a filosofia buscada com o argentino também é propor o jogo, com saída de bola construída desde a defesa, mas com uma transição mais vertical e que também pressione o adversário no ataque.
Nesse sentido, nomes como, por exemplo, o de Diego Aguirre não se encaixariam, pois o uruguaio representaria uma mudança mais radical no estilo de jogo – ele não esteve entre técnicos entrevistados.
A avaliação da direção é de que o São Paulo precisa de um choque para mudar a postura nos momentos cruciais.
Nesse contexto, a fila de mais de oito anos sem títulos e as eliminações em mata-mata são citadas: Mirassol (Paulista), Lanús (Sul-Americana), Binacional (fase de grupos da Libertadores) e outras mais antigas, como por exemplo diante do Bragantino, pela Copa do Brasil.
A preferência por um estrangeiro também faz parte da ideia de ter alguém com uma visão mais imparcial do cenário no São Paulo e que seja personagem importante nessa transformação buscada.
O título da Copa Sul-Americana com o Defensa y Justicia e a aplicação tática do time de Crespo são elogiados no São Paulo.
Hernán Crespo, Pedro Martins e Miguel Ángel Ramírez foram os três escolhidos pelo São Paulo, depois de um processo de entrevistas com uma dezena de candidatos. A conclusão final é de que Crespo é a melhor opção para o momento.
Pedro Martins, com vínculo no Olympiakos, tem o desejo de ir para a Inglaterra, está bem na Grécia e possui contrato até maio, tempo que o São Paulo não quis esperar.
Miguel Ángel Ramírez, por sua vez, tem acerto com o Internacional. O São Paulo poderia aguardar o fim do Brasileirão para avaliar o que de fato aconteceria com o espanhol, mas optou por Crespo, livre no mercado desde a saída do Defensa y Justicia.
Na comparação específica entre Ramírez e Crespo, a maturidade do argentino (45 anos) também é ressaltada em relação ao espanhol (36 anos).
André Vilas Boas e Leonardo Jardim, por exemplo, foram ouvidos, mas não chegaram a ser entrevistados, pois preferem seguir na Europa. O clube considerou pontos fortes e fracos de todos os outros candidatos e acredita que o processo da maneira como foi conduzido ajuda a diminuir a margem de erro.
O presidente Julio Casares, o dirigente do futebol Carlos Belmonte e o coordenador técnico Muricy Ramalho participaram das entrevistas, e o diretor executivo Rui Costa foi o responsável na parte final de negociação.
Em crise, o São Paulo vive sua maior seca da temporada com oito partidas sem vencer. O interino Marcos Vizolli estreou no empate por 1 a 1 com o Ceará, quarta-feira, no Morumbi. O time despencou da liderança para a quarta posição, e Fernando Diniz foi demitido.
O clube entende que uma mudança de país exige tempo e não crava em qual momento Crespo iniciará de fato seu trabalho no Brasil, caso o argentino assine o contrato acertado verbalmente.
GLOBO ESPORTE