O elenco do São Paulo dificilmente receberá novos reforços nos próximos meses, disse ao ge o diretor de futebol do clube, Carlos Belmonte.
Em entrevista, o dirigente admitiu uma dívida com o elenco atual e afirmou que, no momento, a prioridade da diretoria é solucionar essa questão.
Como noticiou o ge nesta quarta, o clube sondou quatro desses jogadores: os meias Maycon e Alan Patrick, além dos atacantes David Neres e Pedrinho, todos do Shakhtar Donetsk, mas havia pessimismo no Morumbi sobre as chances de negócio.
– Agora, surgiu, infelizmente, pelo motivo que a gente sabe, uma janela de oportunidade com os jogadores voltando da Ucrânia. Infelizmente, em razão da guerra. Como um time que atua no mercado, você vai olhar os atletas – disse Belmonte.
O passivo, segundo Belmonte, é ainda o do acordo feito com jogadores no início da pandemia de Covid-19. Na época, com torneios paralisados, os atletas receberam apenas uma parcela dos seus salários, com a promessa de que receberiam os descontos no ano seguinte.
O dirigente afirmou que não tem dívidas atuais com jogadores: os direitos de imagem referentes a janeiro, que deveriam ter sido acertados até 28 de fevereiro, começaram a ser pagos nessa semana.
– A gente, na sexta, pediu para os atletas as notas para pagar a imagem de janeiro, que vence em fevereiro. A imagem de fevereiro, temos até o último dia de março, é um acordo que fizemos com os atletas.
Ele disse que o montante ainda está sendo calculado, e que a missão de encontrar receitas foi dada ao departamento financeiro.
O diretor apontou caminhos possíveis para buscar o dinheiro: adiantar valores a receber de contratos de patrocínio ou empréstimos bancários.
– Óbvio, uma parte talvez precise ser feita no sistema bancário, é um empréstimo mesmo. O financeiro está engajado para conseguir esse recurso pra quitar essa situação, e se não quitar, porque acho que pra quitar a gente talvez não tenha tanto recurso, que a gente consiga pagar 50%, 60%, 70% do que está em aberto, e o resto acho que dá pra diluir em premiações que temos pela frente, de Copa do Brasil, Sul-Americana – afirmou Belmonte, que pretende encerrar essa dívida ainda neste ano.
Para o dirigente, essa decisão não enfraquece o time do São Paulo:
– A gente acha que tem um elenco competitivo. Há elencos mais fortes, mais entrosados do que o nosso? Sim, mas achamos que temos um elenco que dá para competir bem com um trabalho bem feito.
Nesse cenário, Belmonte acredita que não haverá venda de jogadores nesse momento – os principais mercados já estão fechados –, mas reforçou que há a necessidade de negociar atletas.
– Claro, se aparecer algo… mas agora, só para julho (com janela de verão na Europa). Não só temos expectativa (de vender), mas a necessidade. Tudo o que a gente está fazendo fica mais difícil sem vender atletas.
Ele explicou o motivo de o São Paulo ter recusado uma proposta recente do Dallas, dos EUA, por Gabriel Sara.
– A gente não pode nos desfazer de nossos ativos por ainda passar por uma situação financeira que não é ideal. A gente teve uma proposta de 10 milhões no Sara, mas a gente acha que o Sara vale muito mais. É um jogador talhado para jogar no futebol europeu por um bom valor. Mesmo por aquele dinheiro, que era importante pra gente naquele momento, a gente decidiu que o ideal era não vender.
Para essa temporada, o São Paulo fez seis contratações: o goleiro Jandrei, o lateral Rafinha, o volante Andrés Colorado, os meias Nikão e Patrick e o atacante Alisson.
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