O técnico Thiago Carpini, do São Paulo, falou sobre a saída de James Rodríguez após a vitória sobre o Água Santa pelo Campeonato Paulista. Em entrevista coletiva, ele também elogiou Juan, e colocou o jovem como, por enquanto, reserva de Calleri.
Sobre James: o nosso período de convívio foi curto, então não tenho o que falar do atleta e do ser humano. O que atrapalhou um pouco foi o controle de carga. Na pré-temporada, ele teve um incômodo na panturrilha. Acho que usei de maneira equivocada o termo situação crônica, mas era recorrente, ele já tinha tido essa lesão na seleção. A gente deu uma atenção especial para tê-lo o quanto antes
Thiago Carpini
Reserva de Calleri: “A gente tem, dentro das nossas buscas, pensado nisso. O Calleri é um jogador que se doa muito e precisava desse descanso, ele não vai suportar fazer 70 jogos na temporada. É uma liderança técnica pelas situações que ele cria e por como ele consegue desafogar o time. Dentro disso, hoje não tendo essa reposição de imediato, temos o Juan. Hoje, a primeira mexida que temos ali quando o Calleri não participar é o Juan. Fiquei muito feliz com o gol dele, é um menino que trabalha muito, e essa situação de perder alguns gols estava incomodando. Daqui a pouco, com essa boa atuação e gol do Juan, a gente ganha mais tranquilidade para ser o mais assertivo possível se surgir uma boa oportunidade para a gente descansar o Calleri — e até para ele poder ter uma sombra, que é bom para todos.”
Reforços: “Não temos pressa. Não que não seja uma necessidade, mas hoje, para estar no nosso grupo, a escolha tem que ser bem assertiva. Buscar alguns reforços para suprir perdas do ano passado é algo que tem que ser muito bem pensado. A gente tem discutido isso diariamente, mas com calma e precavidos, tentando minimizar o erro. Surgindo uma boa oportunidade, vamos de repente nos reforçar.”
Ambiente: “Um grupo tão qualificado como este nos dá uma segurança. Não vou falar de outras equipes, mas é destacar a capacidade técnica e a competitividade do São Paulo. A entrega e o nosso dia a dia refletem no campo. Quando se têm treinos com campo mais aberto, a gente vê o nível. É destacar as opções que temos para variar dentro de cada jogo, mas também o compromisso e a competitividade destes caras. É um grupo que se acostumou e gostou de vencer, e essa chama não podemos perder.”
Rescisão de James: “Como não é da parte técnica o interesse de não contar com o atleta — e sim dele mesmo —, passa a não ser mais um assunto meu, mas da diretoria. Tecnicamente, o que ele representa para o futebol a gente sabe, seria redundante. Vamos entender quais são os processos, agora não compete a mim. Foi uma decisão do próprio atleta.”
O que mais gostou no jogo contra o Água Santa?: “A competitividade do início da partida. Isso vai muito da disposição dos atletas, que querem mostrar. Nosso volume foi alto, mas em alguns momentos a gente precisa equilibrar. O que me deixou feliz foi esse nível de concentração, a entrega deles e o surgimento de novas possibilidades, de atletas dando uma resposta. É um ponto muito positivo. É mais uma oportunidade de fazer gols de bola parada, assistência do Nikão, jovens atuando… mas cabem ajustes, é natural. O saldo é muito mais positivo do que negativo, mas sempre há coisas para melhorar. Os dois pontos que destaco são o surgimento de novas possibilidades e a entrega dos atletas.”
Moreira seguro: “É um jovem que atua em uma posição muito carente no nosso cenário. O fato de o São Paulo contar com três jogadores deste nível [ele, Rafinha e Igor Vinícius] me ajuda muito para estes momentos em que não podemos contar com todos. O Rafinha teve uma lesão complicada no final do ano passado, ele voltou a treinar e sentiu novamente. Não consigo precisar se ele volta daqui uma semana, isso criaria expectativa e também existe a parte fisiológica. Talvez, o mais próximo do retorno é o Igor Vinícius, que já iniciou a transição e, em breve, estará conosco e poderá ser até um desafogo ao Moreira. O Moreira deu uma assistência, foi bem na parte ofensiva e defensiva. A gente fica muito feliz. Ganhamos mais uma opção.”
Moreira na esquerda?: “Eu não gosto muito do improviso, só uso quando faltam opções. O próprio Inocêncio, do Água Santa, improvisei na esquerda, se firmou e foi para o Santos. São situações que acontecem. Não gosto do improviso, mas também não me apego. Se o Moreira se sentir confortável para fazer os dois lados, daqui a pouco pode ser uma alternativa para a gente usar. Quando a gente acaba tendo um lateral de pé contrário, perdemos profundidade, que é algo que o Welington nos entrega muito. É mais uma alternativa.”
Cenário: “A tranquilidade, em um clube do tamanho do São Paulo, nunca vou ter, a gente precisa vencer sempre, e não é sempre que vamos vencer. O maior desafio não é o momento da dificuldade, é o quanto a gente se prepara e como vamos passar por ela. A gente mantém os pés no chão e sabe onde precisamos melhorar. O que me dá segurança é o dia a dia, que me sustenta a jogar tranquilamente com Arboleda, Diego, Nikão, Rato… o dia a dia, o compromisso e a capacidade dos atletas me sustentam a ter segurança para fazer.”
Bobadilla: “O Bobadilla é um cara que a adaptação dele foi rápida. Foi mais uma grande partida. É ruim falar individualmente porque o todo é o mais importante, mas ele, sem dúvida, dentro das opções que ganhamos constantemente a cada oportunidade. É mais uma opção boa que ganhamos para a sequência da temporada e para sábado, que temos a ausência do Alisson. A gente não lamenta quem está de fora, mas valoriza quem vai entrar.”
UOL Esportes