A janela do meio do ano no mercado da bola promete ser emocionante para o São Paulo em relação ao assédio sobre o elenco.
Ao mesmo tempo que necessita de dinheiro para quitar as dívidas, o Tricolor sabe que não pode perder os seus principais jogadores caso queira brigar por algum título em 2023. Nomes como Luciano, Calleri, Beraldo e Pablo Maia são os mais visados neste momento, mas o coordenador técnico Muricy Ramalho garante falar com a diretoria diariamente sobre a importância de barrar essas saídas.
“Eu e o Dorival Júnior (técnico) falamos com o presidente (Julio Casares). Eu sou o chato. Se temos dificuldades para contratar, não podemos vender. O presidente vai fazer o possível pra não vender agora. Pode ser ano que vem, mas agora não”, disse o ex-treinador, em participação na live do Arnaldo e Tirone nesta quinta-feira.
Muricy está ciente que, apesar de sua vontade, os jogadores do São Paulo – e destaques de outros clubes – serão bombardeados por ofertas tentadoras nas próximas semanas. Nomes como Beraldo e Pablo Maia são atrativos principalmente para o futebol europeu – jovens com grande potencial de evolução para o futuro.
“O Pablo cresceu muito, marca demais, está batendo em gol. O Beraldo também, estava sendo preparado, o Rogério (Ceni) o ajudou muito. Se vender, você pega o dinheiro e não dá pra contratar, o dinheiro vai pra outras contas. Eu sei que a parte financeira é um problema, mas você a recupera ganhando títulos, com os prêmios das competições. Eu respeito os caras que lidam com o dinheiro, mas vejo o meu lado e o do torcedor, que quer títulos. O problema financeiro é do São Paulo. O torcedor quer títulos. Se vender, as suas chances ficam menores. Agora, os clubes vão se reforçar na janela. Se você tem um time competitivo, não pode vender”, reforçou.
Sobre os medalhões
No caso de Calleri e Luciano, jogadores mais experientes, as ofertas podem ser a chance de um último grande contrato na carreira. Ainda assim, Muricy é enfático em sua posição sobre as negociações.
“De jeito nenhum, não tem acordo. Vi as notícias, mas como vou vender o Calleri? O maior ídolo do São Paulo, goleador, um líder positivo, profissional, um exemplo. É impensado. Não sei se haverá uma reviravolta, mas o pensamento é nem ouvir propostas, pois se ouvir você pode se coçar. Não há pensamento nenhum de vender”, destacou o coordenador técnico.
Reposição complicada
Ao contrário do que acontecia na sua época de treinador, principalmente na conquista do tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008, Muricy Ramalho considera que o São Paulo encontra dificuldades bem maiores em substituir as peças na atualidade.
“Os bons jogadores queriam vir para o São Paulo, era o clube que ganhava títulos, pagava em dia. O cara sabia que seria feliz aqui. No passado, o craque era o goleiro (Rogério Ceni) e os outros 10 eram fortes. Sabíamos que perderíamos 2 ou 3 e já íamos no mercado 6 meses antes para contratar jogadores. Se houvesse concorrência, os jogadores não tinham dúvidas e vinham para o São Paulo. Hoje em dia não tem isso, não temos o que oferecer. Vocês acham que não queremos o melhor? A gente fez um time do jeito que pode, competitivo, de força. Não adianta falar diferente, temos dificuldades, sim. Vejo outros time pensando em pagar 45 milhões por alguém, isso é impensável pra gente hoje”, finalizou Muricy Ramalho.