Ex-meia se emociona ao comunicar encerramento da carreira nesta segunda-feira
Ídolo do São Paulo e com passagens importantes por clubes do exterior, Hernanes anunciou nesta segunda-feira sua aposentadoria como jogador de futebol. Em evento no Morumbi, o agora ex-meio-campista comunicou a decisão de pendurar as chuteiras depois de 18 anos de carreira.
– Deixo de jogar hoje, oficialmente. Já estava há um tempo sem jogar, mas queria oficializar. Hoje estou encerrando minha carreira como jogador de futebol. Mas nascendo para tantas outras coisas que me aguardam. Obrigado ao futebol, obrigado à bola. Vim para cá hoje, peguei um táxi para ser mais rápido, e entrei no táxi e vi uma bola. Foi muito lindo isso. Obrigado – disse o Profeta, emocionado.
O jogador explicou como foi a tomada de decisão sobre a aposentadoria. E disse que viveu no São Paulo um período de desorganização que nunca havia visto.
– Desde que voltei ao São Paulo, em 2019, depois em 2020 na pandemia, tudo ficou muito confuso. Tinham outros aspectos que eu considerava, além do futebol. Foi o primeiro momento que me fez parar para pensar. O São Paulo estava passando por um momento de desorganização que eu nunca tinha visto, mexeu comigo isso. Dentro de campo, eu não estava conseguindo mais ser protagonista. Aí foi o primeiro momento em que pensei, em que bateu essa vontade. Até me lembro, o Alexandre Pássaro (ex-diretor do São Paulo) falou para eu pensar um pouco. Depois, junto com o Diniz, construímos um caminho onde consegui me motivar. Tive jogos interessantes e legais com ele, boas partidas. Um gol contra o Corinthians, que faltava. Então foi legal – disse Hernanes.
– Depois, no ano seguinte, chegou o Crespo. A gente estava bem no campeonato, mas eu não estava jogando, não estava contente. Sempre mantenho o comportamento cordial, mas eu não estava feliz por não estar jogando. Dentro de mim, o único conflito que existia era esse. Quando eu não estava jogando, ficava chateado, porque achava que podia fazer a diferença. Cheguei no presidente, disse que entendia a situação e que queria uma oportunidade para jogar. Teve a rescisão e fui para o Sport. Foi muito legal ter jogado lá, perto da família e dos amigos. Fiz bons jogos, mas não a diferença. Aí amadureceu ainda mais um pouco a ideia. Eu tinha colocado uma meta de jogar até os 38 anos. Queria jogar mais um tempo. Mas devido à experiência individual de não conseguir ser protagonista como sempre fui, me deixou uma pulga atrás da orelha – completou.
Hernanes diz que ainda não tem certeza sobre os próximos passos. Ele não descarta ser treinador, embora demonstre pouca empolgação com a ideia.
– Eu e meu irmão montamos uma empresa de agenciamento de jogadores, estamos no início, é um dos negócios que temos. No primeiro dia que meu pai me levou à escolinha, eu tinha oito anos. É algo que penso, estar no meio do futebol. Treinador, pensei. Antes eu dizia não, depois pensava pode ser, e hoje é talvez. Penso em fazer um curso, me preparar, mas não é uma coisa que tenho no coração, de querer ser treinador – disse.
A carreira
Formado na base do São Paulo, Hernanes fez seu primeiro jogo como profissional na temporada de 2004. Destaque nos títulos do Brasileirão de 2007 e 2008, o meio-campista iniciou em 2010 sua passagem pela Itália, onde permaneceu até 2017 e atuou por Lazio, Inter de Milão e Juventus.
Depois de uma rápida passagem pelo Hebei, da China, retornou ao São Paulo por empréstimo em 2017 e depois em definitivo a partir de 2019. No Brasil, atuou também por Santo André, por empréstimo no início da carreira, e mais recentemente no Sport, seu último clube.
Com a camisa da Seleção, participou das Olimpíadas de 2008, conquistou a Copa das Confederações de 2013 e fez parte do grupo que disputou a Copa do Mundo de 2014.
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