Rodrigo Nestor, meio-campista do São Paulo, pediu paciência ao torcedor com os jogadores formados nas categorias de base do clube.
Em entrevista ao Zona Mista do Hernan, que vai ao ar hoje (6), às 10h, no canal do UOL Esporte no YouTube, o jogador do São Paulo avaliou que muitos bons jogadores tiveram de deixar o clube por conta da pressão de torcedores.
“A torcida, às vezes, tinha esse ódio por não ser campeão e colocava tudo como culpa nossa, de quem tinha subido na base. Em outros times no Brasil não era assim. Muitas vezes injustamente, o Gabriel Sara, o Igor Gomes, o Diego [Costa] e eu sofremos com as críticas. Acho que agora mudou um pouco. Com os títulos, ficou mais tranquilo”, analisou.
“Acho que o torcedor vai ter um pouco mais de paciência agora. Eu consegui dar a volta por cima aqui no São Paulo, mas muitos não conseguiram ficar e tiveram que ir embora. Tomara que a torcida tenha mais paciência, olhe para os garotos com outros olhos. Eles são muito novos, chegaram ao profissional agora. Espero de verdade que a torcida tenha paciência”, completou Nestor.
O jogador do São Paulo também falou sobre as dificuldades que enfrentou no processo de transição da base para o profissional. Rodrigo Nestor analisou que o sucesso de jogadores de uma geração anterior à dele – como Eder Militão – fez com que o clube apostasse mais em atletas formados em Cotia.
“É um processo muito difícil [passar da base para o profissional]. Quando eu cheguei em Cotia, tinham 50 garotos na minha categoria, uns seis ou sete da minha posição. Então, você disputa com muita gente. No meio do ano, vários já foram cortados. A gente já sabia que eram poucos os que iam chegar no profissional, ainda mais no profissional do São Paulo”, disse Nestor.
“Naquela época [que eu estava na base], o São Paulo estava muito bem financeiramente. O time vinha de uma era campeã e tinha muito dinheiro para contratar. Então, quem subia da base era muito craque, tipo o Lucas [Moura], o Casemiro, esses caras muito diferentes. Depois de um tempo – e não dizendo que esses não são bons, mas aumentou a necessidade do clube. Aí, o Militão subiu e deu resultado. Isso aumentou a confiança de subir mais gente da base. Quando chegou a minha vez, a gente ganhou a Copinha, e eu fiquei na expectativa. Fiquei bem ansioso. Quando eu subi, o Diniz me deu muita confiança. Garantiu que eu não voltaria para a base”, completou.
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