Após a Mancha Verde, principal organizada do Palmeiras, criticar a gestão de Leila Pereira e falar em ‘afronta à história’ por entrar em acordo e ceder o Allianz Parque para o São Paulo jogar pelo Campeonato Paulista, foi a vez da dirigente se manifestar.
A presidente, nesta quarta, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, durante o SportsCenter, com uma bancada 100% feminina, abriu o jogo sobre como chegou ao acordo com o São Paulo, tanto para o Alviverde jogar no Morumbi, quanto para o Tricolor atuar no Allianz Parque.
“Quando nós jogamos com o Santos no Morumbi, nosso departamento de futebol nos consultou e nós tínhamos algumas opções fora de São Paulo. Eles me consultaram e disseram: ‘Leila, o departamento de futebol prefere no Morumbi. Mas eu acho que você vai ter problema, muita polêmica’. Eu fiz a seguinte pergunta: ‘O que é melhor para o futebol?’. E responderam: ‘jogar no Morumbi’.
“Entrei em contato com o presidente Casares para saber da possibilidade. Ele disse: ‘Leila, não tem problema nenhum. Vocês podem jogar aqui. Como vocês já jogaram diversas vezes. Mas se nós precisarmos jogar no Allianz Parque porque vai ter uma série de shows no Morumbi, ok para vocês?’. Eu acho que esqueceram da história do Palmeiras. Quantas vezes o Palmeiras não jogou no Morumbi? Foi uma reciprocidade”, começou por contar.
“Cabe ao presidente de um clube como o Palmeiras não fomentar violência. Eu quero ver dentro do estádio mulher, criança, família indo celebrar nosso time. Não quero ver barbárie, não vou fomentar isso jamais. Somos rivais dentro de campo. Fora de campo, nós, dirigentes, vamos fomentar o espetáculo, lutar pelo futebol. Tenho certeza absoluta que essa é a posição do presidente Casares. O mesmo problema que eu tenho, pode ter certeza que ele teve”, completou.
Em seguida, Leila Pereira respondeu a nota da torcida Mancha Verde em que era citada e afirmou não dirigir o clube para o qua foi eleita a partir de ‘nota de organizada’.
“Eu não administro o Palmeiras segundo nota de torcida organizada. Torcida tem que torcer. Eu sou presidente do Palmeiras, eu dirijo o Palmeiras. Se alguém da organizada quiser dirigir o Palmeiras, é fácil. Seja sócio, conselheiro, se candidate e vá dirigir. Eu fui eleita, eu tenho responsabilidade. Eu sei o que é melhor para o Palmeiras por estar no dia a dia. Eu sei que o melhor para o nosso futebol seria jogar no Morumbi. Fiz um acordo com o presente Casares e um acordo justo. O Allianz Parque é uma casa de shows, é administrada pela WTorre e que aluga o estádio para diversos shows. Eu vou cumprir meu acordo e o São Paulo vai jogar no Allianz Parque. As autoridades estão cientes disso. Não cabe a mim cuidar de segurança pública”, finalizou.
Veja abaixo a nota da Mancha Verde:
UMA AFRONTA À NOSSA HISTÓRIA!
As críticas que fizemos até aqui à presidente Leila Pereira refletem visões distintas sobre prioridades de investimento do clube. Mas nenhum equívoco cometido neste primeiro ano de gestão se equipara à inaceitável decisão de ceder o Allianz Parque ao clube que, décadas atrás, tentou tomar a nossa casa.
Leila tomou tal medida sem consultar ninguém e, mesmo diante da repercussão negativa entre os palmeirenses, seguiu adiante com um acordo que só é bom para o nosso inimigo.
Ao longo do último mês, Leila foi alertada dos riscos de tal arranjo, primeiro em uma carta aberta assinada por 34 conselheiros e depois em conversas com inúmeras pessoas influentes e que conhecem a fundo a história do clube. E o que fez a mandatária? Simples: ignorou a sensatez dos que cumpriram o dever de aconselhá-la.
Alheia às vozes divergentes, ela segue tomando decisões monocráticas e que parecem atender mais a suas aspirações pessoais do que aos interesses da coletividade palmeirense.
O empréstimo do Allianz Parque a um clube inimigo desconsidera uma série de fatores: o entorno do estádio, com a presença de incontáveis sedes de torcida, lojas, bares e estabelecimentos que respiram Palmeiras; o direito de ir e vir dos associados do clube social; e mesmo a segurança dos moradores de um bairro alviverde como nenhum outro.
A revolta entre os palmeirenses é consensual, mas, ao que parece, a mandatária prefere dar ouvidos ao dirigente rival que, há menos de um ano, atuou nos bastidores para tentar impedir que o Palmeiras jogasse em casa a final do Paulistão – lembram-se disso?
A realização desta partida lamentável no Allianz Parque constitui uma afronta à nossa história, aos nossos símbolos e à nossa coletividade. E é uma página tenebrosa a desonrar a memória dos bravos palestrinos da Arrancada Heroica, que protegeram o nosso estádio do ataque inimigo.
Diretoria Mancha Alvi Verde
ESPN