Treinador tem dado sinais de que pode deixar o clube nesta temporada, mas cartolas afirmam que o querem para 2023
O técnico Rogério Ceni tem dado declarações recentes nas quais deixa em dúvida sua permanência no São Paulo para a próxima temporada.
Numa delas, disse, às vésperas da final da Copa Sul-Americana, que dependia de títulos para continuar no cargo. Após a derrota para o Independiente del Valle, no sábado, afirmou que precisa analisar a situação e citou os dois próximos jogos do São Paulo como um tempo para isso.
O primeiro desses duelos é nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, contra o América-MG, pela 30ª rodada do Brasileiro.
A sequência citada por Ceni não é à toa. O América-MG é o oitavo colocado, com 42 pontos. Depois, no domingo, recebe o Botafogo, que tem 37 pontos, a mesma pontuação tricolor.
São dois rivais diretos na busca do São Paulo por uma vaga na Libertadores do ano que vem, o que deve se estender até o oitavo colocado do Brasileiro neste ano.
Se encerrar esse período bem colocado, haverá chance de disputar o torneio continental. Duas derrotas, porém, podem enterrar essa missão. A permanência de Ceni passa por isso.
A situação chama atenção, já que o técnico renovou seu contrato com o clube, em julho, até o final de 2023. A extensão foi celebrada e tem sido usada por cartolas para demonstrar que não estão sujeitos a mudanças repentinas, já que eles repetem que a assinatura foi feita às vésperas de um confronto com o Palmeiras, pela Copa do Brasil, em que o rival era favorito – o São Paulo passou.
Pessoas que conhecem o treinador tricolor interpretam as declarações de duas formas: uma exaustão com o trabalho, cheio de dificuldades pelas limitações financeiras, elenco com poucas opções e lesões em sequência, e também como uma pressão para que a diretoria não corte investimentos para o ano que vem.
Num desabafo há cerca de um mês, Ceni disse que abriria mão de sua multa rescisória caso perdesse a Sul-Americana e a diretoria
Entre os cartolas, o discurso é unificado: nada mudou.
Dirigentes repetem sobre a renovação em momento inesperado e que o desejo é de manutenção do trabalho para 2023.
O elenco deve ter mudanças, já que alguns jogadores têm contrato até o fim do ano e devem sair, a maioria deles veteranos que não são titulares. Casos de Miranda, Eder e Rafinha, por exemplo.
A diretoria tem dito que pretende diminuir a folha de pagamento tricolor, o que essas será facilitado com as saídas de atletas em fim de vínculo. Além disso, ao ge, em agosto, o presidente Julio Casares declarou que pretende fazer contratações pontuais e que os jogadores que chegaram no meio desta temporada já são parte do planejamento para 2023.
Há, entre os atletas contratados recentemente, jogadores que vinham sendo cobrados por Ceni, como um zagueiro (Ferraresi), atacantes (Bustos e Marcos Guilherme) e um meio-campista (Galoppo).
Competitivo, Ceni deve se acalmar se tiver um time com perspectiva de disputar títulos; em 2022, ele levou o São Paulo a duas finais (Paulista e Copa Sul-Americana), mas não levantou taças.
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