Patrick estará em campo hoje (14), às 21h45 (de Brasília), em um jogo decisivo. Não pelo Inter, clube que defendeu nos últimos quatro anos. Agora no São Paulo, o Pantera Negra terá pela frente o Flamengo, na luta por uma vaga na final da Copa do Brasil, competição da qual o Colorado foi eliminado na primeira fase. A saída dele do Beira-Rio ainda ecoa e gera cautela para decisões futuras.
Patrick foi titular durante praticamente toda sua passagem por Porto Alegre. Ainda que tenha oscilado algumas vezes, conviveu com fases em que era o destaque absoluto da equipe, mas durante boa parte do tempo também esteve na mira da torcida. Cobrado por sua forma física, vaiado, xingado algumas vezes em jogos em casa, o meio-campista acabou envolvido no polêmico áudio em que o então coordenador de preparação física Paulo Paixão sugeria ‘permuta’ para que alguns atletas saíssem do clube.
E foi assim que o Inter fez. Tão logo virou a temporada, o Colorado aceitou a investida do São Paulo e trocou — ainda que garanta até hoje que as negociações não foram ligadas — seu jogador por Liziero, que atualmente é reserva de Mano Menezes e não deve ficar no clube gaúcho para o ano que vem.
Hoje Patrick é titular absoluto de Rogério Ceni. São oito gols e cinco assistências em 47 partidas na temporada. A mesma quantidade de bolas na rede ou passes decisivos que teve na temporada 2020, uma de suas melhores pelo Inter.
Mas quais efeitos são gerados pelo rendimento dele nos bastidores do Inter? A conduta. Patrick deixou o clube muito mais por “não ter ambiente” pelas cobranças da torcida combinadas com as declarações de Paixão do que por seu rendimento em campo. E evitar que outros jogadores deixem o clube apenas por fatores externos é uma das atribuições de um treinador experiente como Mano Menezes.
“Temos resiliência para escolher quem achamos que são os melhores [jogadores]. Senão se perde um aqui, outro ali, e depois o torcedor do Internacional fica observando de longe os jogadores irem bem em outros lugares”, disse Mano Menezes após o jogo contra o Cuiabá.
Naquela semana, Patrick tinha marcado os dois gols da vitória do São Paulo por 2 a 0 sobre o Atlético-GO, que garantiu vaga na final da Sul-Americana, competição da qual o Inter também foi eliminado.
Outro jogador que sofreu situação semelhante foi Victor Cuesta. Titular e peça importante do Inter desde 2017, o argentino perdeu status com a torcida e passou a ser repetidamente cobrado. Também foi citado no áudio de Paulo Paixão no fim do ano passado e ainda que tivesse começado 2022 como titular, foi cedido ao Botafogo, onde hoje é titular e peça importante.
Quem resta no grupo gaúcho em cenário semelhante é Edenilson. Sua condição de titular já não existe mais e mesmo entrando no decorrer dos jogos ele ouve críticas. Foi muito cobrado na eliminação da Copa Sul-Americana por ter perdido pênalti nas cobranças contra o Melgar e agora é de alguma forma ‘protegido’ pela comissão técnica.
“Não vi problema nenhum no Edenilson no jogo. Entrou, fez sua parte, correspondeu. Todos são importantes, e o Edenilson está no mesmo contexto de todos”, disse Mano.
Outro jogador que hoje encontra realidade instável é Taison. Ídolo do clube que voltou da Europa com status de ‘substituto de D’Alessandro’, ele perdeu muito tempo convivendo com lesões e a queda de rendimento hoje já provoca vaias. Taison ainda é visto como pilar de um movimento que cobrou pagamentos atrasados da direção do Inter e ocasionou o cancelamento de um treino. Por fim, também desperdiçou seu pênalti contra o Melgar.
A reformulação do elenco do Inter neste ano tirou do Beira-Rio vários jogadores com os quais a torcida não tinha boa relação. Rodrigo Dourado, Heitor, Zé Gabriel, Moisés, Lindoso, Marcelo Lomba, todos deixaram o clube na abertura ou no decorrer da temporada.
O Inter volta a campo na segunda-feira (19), contra o Atlético-GO.
UOL Esportes