O Corinthians elegeu no último fim de semana Duílio Monteiro Alves como seu novo presidente, enquanto o São Paulo teve eleições para o conselho do clube, sendo que em ambos os casos o quorum de votantes não foi além dos 3 mil, mesmo que os clubes tenham milhões de torcedores pelo país e programas de sócio-torcedor, fazendo com que a escolha ficasse restrita.
No podcast Posse de Bola #78, Arnaldo Ribeiro afirma que o método de eleição nos dois clubes, como em outros espalhados pelo país, é arcaico pelo fato de não dar a chance de os sócio-torcedores votarem para a definição do presidente, considerando que o futebol é a principal atividade das agremiações.
“No Corinthians quase 3 mil votos, no São Paulo 2.500, por aí, sendo que o Corinthians elegendo presidente e o São Paulo os conselheiros vitalícios. É um universo micro e meio que viciado também nessa situação toda, pegando como exemplo alguns clubes grandes brasileiros que já estão em um passo diferente, por exemplo, o colégio eleitoral do Internacional, 66 mil, já é alguma coisa, 66 mil, incluindo os sócio-torcedores é um colégio eleitoral representativo, o do Corinthians não é e o do São Paulo não é”, diz Arnaldo.
“O futebol move esses clubes, então, com todo o respeito aos sócios dos clubes, da bocha, da sauna, eles não têm mais representatividade do que, por exemplo, o sócio-torcedor que paga a mensalidade para ir ao estádio e às vezes nem vem, por exemplo, o Flamengo tem os caras que nem são do Rio de Janeiro e que pagam, o cara tem que ter direito também de eleger, se não, fica uma situação bizarra, uma das coisas mais antigas e que continua imperando nos clubes”, completa.
Nas eleições para o quadro de conselheiros vitalícios do São Paulo, Arnaldo cita que apoiadores de Julio Casares foram maioria, o que deve dar vantagem ao candidato que concorre com Roberto Natel para comandar o clube a partir do próximo ano, mas ainda não vê a definição a respeito da continuidade ou não da diretoria de futebol, considerando que a temporada atual terminará apenas em fevereiro.
“Tem uma coisa curiosa, a gente está falando do recorte do São Paulo especificamente, que tem a semifinal da Copa do Brasil no dia 30 de dezembro e está nessa disputa pela ponta do Brasileiro. Em tese, dia 1º de janeiro sobe a nova diretoria, o novo presidente, provavelmente o Julio Casares e aí? A sinalização do treinador, por enquanto, é que o treinador fica, mas o resto vai embora todo mundo, a diretoria de futebol? Ninguém perguntou essas coisas até agora porque os caras estão lá interessados em convencer o conselheiro da bocha, da sauna a votar nele”, conclui.
UOL