Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, Rogério Ceni volta ao Morumbi na quarta-feira como adversário em um jogo no qual tenta vencer pela primeira vez o ex-clube e eliminá-lo de uma competição que nunca venceu, a Copa do Brasil, o primeiro desafio do ex-goleiro como treinador do Flamengo.
No podcast Posse de Bola #73, Arnaldo Ribeiro afirma que a ida de Rogério ao Flamengo depois de os são-paulinos esperarem que ele pudesse ser o treinador do clube tricolor no próximo ano faz com que o tratamento passe a ser diferente ao ídolo no Morumbi, com o entendimento de que ele é mais um adversário na função atual.
A torcida do São Paulo se viu em uma situação de obrigatoriedade de apoio depois que o Rogério Ceni optou por treinar o Flamengo. A torcida do São Paulo esperava o Rogério Ceni como técnico ano que vem, esperava que o final desse mandato marcasse a volta do Rogério Ceni ao Morumbi, e o Rogério Ceni já tinha convite, já tinha conversado com o São Paulo para 2021″, diz Arnaldo.
Não tem ainda bandeira de Rogério Ceni traidor, mas a recepção ao Rogério Ceni no Morumbi, como foi da outra vez fria, quando ele veio com o Fortaleza, agora será hostil. E esse foi um catalisador, de fato, o fato de o Rogério Ceni ter dito sim ao Flamengo e ter, aliás, colocado tanto na eliminatória São Paulo e Fortaleza, quanto agora São Paulo e Flamengo, toda a sua energia para eliminar, para derrotar o São Paulo pela primeira vez, que o são-paulino falou ‘esse cara não é nosso mais’. Pronto, se convenceu”, completa.
Na opinião de Arnaldo, o acerto de Rogério para comandar um clube que tradicionalmente é um dos grandes adversários do São Paulo, faz com que o torcedor valorize mais quem está defendendo a camisa do clube atualmente, como o próprio técnico Fernando Diniz e o capitão Daniel Alves.
“O Diniz não veste a camisa social do Rogério, mas veste lá a camiseta do São Paulo de técnico, ele está vestindo a camisa. E o Daniel Alves, hoje os são-paulinos, quem é o Rogério Ceni do São Paulo? É o Daniel Alves. É o capitão do time, é o primeiro que chega no treino, é o que joga todas as partidas, é o que joga machucado, é o que joga com salário atrasado, é o que puxa o grito no vestiário, o capitão e líder do time hoje é o Daniel Alves”, diz o jornalista.
“O Rogério Ceni não existe mais para o São Paulo, o Rogério Ceni é adversário. E isso serviu e vai servir na quarta-feira, assim como teve apoio na época da pandemia, rua de foto lá do Flamengo no Maracanã, vai ter rua de fogo para o São Paulo no Morumbi e vai ter apoio ao time e hostilidade ao Rogério Ceni. Se fosse qualquer outro, o Lisca Doido no lugar do Domènec, não teria essa mobilização, se fosse o Guardiola no lugar do Domènec não teria essa mobilização”, conclui.
UOL